2022-10-10
Quando falamos de autoconhecimento, o mesmo implica a noção de que o Ser humano se encontra vinculado a diversas estruturas, tais como o Continente, o País e a Cidade em que nasceu, e com a qual estabelece uma grande lealdade, que o marca profundamente. Contudo, é a estrutura familiar que exerce maior influência, representando a base dos condicionamentos mais fortes, enraizados na sua essência.
A família é condutora de uma herança genética que passa de geração em geração, e que transmite aos seus elementos, todas as qualidades como os dons, as capacidades e os talentos, tantas vezes comuns aos avós, pais e filhos, mas também se verifica uma herança genética associada a dores, traumas, sensações de vazio, e tantos outros condicionamentos e dinâmicas que atuam, repetidamente, na vida de cada pessoa.
Por amor e lealdade inconsciente, os mais novos tentam equilibrar o sistema e compensar as dores que não puderam ser “vistas” anteriormente, trazendo dignidade a esses membros da família que não tiveram “voz” e que sofreram em silêncio, nos respetivos contextos em que viveram.
As Constelações Familiares são uma psicoterapia clássica, que tem por base uma abordagem fenomenológica, baseada na filosofia de Bert Hellinger, tendo o mesmo descoberto as Leis Sistémicas que atuam nos relacionamentos humanos, através de lealdades inconscientes, a que chamou as Ordens do Amor:
O direito de Pertencer é intrínseco a cada Ser Humano, independente da sua condição, só porque existe, sendo que os filhos abortados, os nados-mortos, nados-vivos e o os restantes elementos, para os quais a família evita olhar, pois só de lembrar provocam dor, também têm que ser incluídos no sistema familiar, sob pena de criar os mais diversos desentendimentos, conflitos e entropias no sistema.
O equilíbrio entre o dar e o receber, sendo que os Pais dão a vida aos Filhos e os Filhos recebem a vida dos Pais, devolvendo a vida aos seus filhos, ou através da sua melhor expressão na sociedade.
Estabelecendo uma analogia, como se o Universo fosse uma enorme balança cósmica, revela-se fundamental manter os “pratos equilibrados” entre o que se dá e o que se recebe, para manter as mais diversas relações em plena harmonia.
A ordem diz respeito à precedência no tempo, sendo que primeiro vêm os mais velhos e depois os mais novos. Assim, um avô tem precedência sobre um neto, um pai tem precedência sobre um filho, um irmão mais velho tem precedência sobre o mais novo, e assim sucessivamente.
Primeiro vem cada um dos pais, depois vem a relação dos pais e só depois os filhos, fruto dessa relação.
Também, nas famílias reconstruídas, se observa que a primeira mulher tem precedência sobre a segunda, e os filhos do primeiro casamento têm precedência sobre os do segundo.
Neste contexto surgem diversas reflexões a considerar, extremamente pertinentes no atual contexto social, em que os pais, por terem cada vez menos tempo para os filhos, os colocam em primeiro lugar, invertendo a ordem e comprometendo, por consequência, o equilíbrio familiar.
O propósito das Constelações Familiares é contribuir para trazer à consciência os padrões e os registos que, por dor, foram camuflados e que perduram no seio familiar, a aguardar para serem vistos e resgatados.
Ao evitar uma dor, o Ser Humano acaba por, de uma forma inconsciente, alimentá-la ainda mais, entrando numa repetição de experiências até perceber o “para quê” do seu destino.
“Para quê” é que atrai determinadas experiências para a sua vida? Que parte de si é que não está a ser vista ou amada?
De uma forma inconsciente, o homem posiciona-se ao serviço da família, na esperança de unir aquilo que foi separado, sendo que se alguém teve um destino difícil, que não foi “visto”, os descendentes tendem a compensar o sistema através de uma lealdade inconsciente, reencenando os mesmos padrões.
Assim sendo, a família é uma fonte de inspiração única, para proporcionar as experiências necessárias ao processo evolutivo, e respetivo alinhamento de cada Ser Humano.
Quantas vezes já disse sim aos outros, abdicando de uma parte de si? Estará ao “serviço” de alguém?
Pois bem, talvez existam fragmentos de si, perdidos no tempo, e que condicionam o seu amor próprio e a sua autoestima, à espera de serem “vistos”, resgatados e trazidos à consciência, para assim conseguir entrar num fluxo de vida mais promissor, à sua maneira, e manifestar a sua melhor versão!
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Regina Marques
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